terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Resumo da caminhada durante 2010

Durante 2010, foram realizadas as etapas coletivas do programa, estruturadas da seguinte forma:

1ª Etapa – Bases do Programa
Nesta fase buscou-se a definição de princípios e acordos para o trabalho e ressaltar o papel da gestão na criação de uma cultura organizacional socioambientalmente crítica e intervencionista. Para isto, foram planejadas atividades que trabalham os seguintes conceitos:

v  Crise socioambiental contemporânea. Qual minha responsabilidade na sua construção e intervenção?
v  Educação Ambiental - Posicionamento político pessoal e organizacional.
v  Interdisciplinaridade e transversalidade. A construção coletiva de objetivos e caminhos a serem percorridos.
v  Gestão escolar. 
v  Gestão do conhecimento e a escola. Identificando e otimizando o conhecimento.
v  Papel do indivíduo e do grupo na criação do conhecimento.

Foi realizada uma atividade em cada escola visando esta sensibilização inicial. Estas atividades tiveram caráter expositivo. Foram reunidos materiais (apresentação, vídeos, dados quantitativos e qualitativos, questionamentos) que demonstrassem a necessidade de repensar a crise socioambiental contemporânea, suas causas e conseqüências, nossa responsabilidade e poder de reprodução ou transformação, e o papel da escola frente a formação de cidadãos conscientes e aptos a construção de alternativas sustentáveis.
Mesmo com caráter predominantemente expositivo, foram oportunizados momentos para que os participantes refletissem e expressassem sua percepção individual quanto às níveis (individual, institucional, local, nacional, global) e dimensões (cultura, valores, hábitos, pensar) da crise.


Embora os grupos não tenham produzido nenhum material (individual ou coletivo) específico, de forma geral podemos ressaltar que os grupos, respeitada as diferenças individuais e entre escolas, percebem claramente a existência de uma crise socioambiental e a necessidade de uma atuação mais efetiva da escola.

Os grupos demonstraram receptividade aos conceitos e perspectivas apresentadas, mas foram ressaltados problemas relacionados a obstáculos (escassez de recursos, crise educacional nacional, desmotivação profissional, falta de comprometimento, etc.) na implementação de mudanças.

2ª Etapa
Na segunda fase o trabalho foi todo participativo e dedicou-se a aquisição de dados e sistematização de informações sobre a escola e seu contexto socioambiental. Conforme descrito no esquema abaixo nesta etapa buscou-se construir um levantamento inicial sobre os temas relacionados a temática socioambiental nas escolas. 


O objetivo desta etapa não foi elaborar um diagnóstico de cada escola, mas sim identificar como cada escola trabalha com esses temas, qual o caráter  de interdisciplinaridade, transversalidade e sustentabilidade das ações, assim como dados sobre a utilização e apropriação do projeto político pedagógico de cada escola. 
As análises destas atividades evidenciam problemas estruturais das escolas. Obstáculos relacionados a infra estrutura precária, poucas ações interdisciplinares e institucionais, falta de apoio técnico e financeiro, grande rotatividade de professores com carga horária semanal em outras escolas, pouca representatividade da comunidade e de instâncias participativas como grêmio escolar, APP e conselho deliberativo na gestão escolar, pouca participação em ações coletivas da escola, entre outras carências.      



3ª Etapa – Política Ambiental


A terceira etapa buscou através do uso da metodologia da “oficina do futuro” estabelecer os parâmetros para uma futura Política Ambiental das unidades escolares. O Programa de Gestão Ambiental na Escola objetiva incorporar uma política ambiental ao projeto político pedagógico da escola. Entretanto, em nenhuma das escolas participantes do projeto foi verificado possibilidade imediata de realizar esta inserção. Isto se deve a pouca representatividade do PPP no cotidiano da escola.
Desta forma, mais do que a realização desta inserção, objetiva-se contribuir com o processo de definição e implementação de políticas institucionais. Não basta redigirmos políticas, normas e diretrizes, é preciso implementá-las e monitorá-las.
Neste sentido, visando cumprir a meta de inserir uma política ambiental nas escolas, e identificando que esta não é uma necessidade apenas das quatro escolas participantes do programa, as atividades e pesquisas direcionaram para duas estratégias. 1) A continuidade das ações nas escolas e 2) a construção de um sistema de conhecimento de apoio ao estabelecimento e avaliação de políticas e ações socioambientais na escola. Ou seja, um conjunto de procedimentos, processos e ferramentas que auxiliem a comunidades escolares a  implementar políticas institucionais de forma autônoma e coletivamente.

4ª etapa – Planejamento estratégico
Definido o escopo do trabalho através da oficina do futuro e as demandas por meio do diagnóstico é hora de elencar prioridades e traçar estratégias. 

O Planejamento Estratégico foi direcionado pelas seguintes perguntas:

v  Quais as demandas?
v  Em quais podemos atuar?
v  Quais as prioridades?
v  Por quê?
v  Para que?
v  Quais as possibilidades e limitações?
v  Como vamos agir?
v  Quem serão os responsáveis?
v  Qual o cronograma?
v  Quanto vai custar?

Estas atividades tiveram caráter participativo. Foram reunidos materiais produzidos durante as outras atividades realizadas na escola e o grupo teve oportunidade de visualizar demandas e definir prioridades para a continuidade da proposta.
Foram definidas como prioridades nas escolas a gestão de resíduos na escola, a integração entre a escola e a comunidade e a necessidade de utilização dos espaços da escola para construção de uma horta e paisagismo pedagógico.
Após a definição das prioridades o grupo teve a oportunidade de reunir-se em pequenos grupos e debater e definir estratégias de implementação das ações definidas. Cada ação contou com um plano elaborado por um pequeno grupo e posteriormente debatido em plenária. A necessidade de ações interdisciplinares, transversais e sustentáveis foi ressaltada ao longo de todo o trabalho.

5ª etapa – Ação e Avaliação  

Nas escolas, mais do que implementar uma ação determinada, o trabalho visa pesquisar e contribuir com gestores e professores na identificação de potencialidades e carências de políticas e ações socioambientais nas escolas. Desta forma, os obstáculos enfrentados foram de extrema importância para o entendimento de tendências e para a formulação de estratégias de apoio a escolas.     
No período de 2010 foram realizadas 15 atividades coletivas  envolvendo professores e gestores das escolas. Em todas as escolas o cronograma foi atrasado em função de eventualidades institucionais internas, sobrecarga habitual de trabalho ou atraso na liberação dos recursos. Duas das escolas completaram todas atividades previstas no cronograma enquanto, as outras duas não foram realizadas todas as atividades.

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